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Como eu comecei a viajar sozinha

  • Foto do escritor: Amanda Damasseno
    Amanda Damasseno
  • 28 de mai. de 2019
  • 3 min de leitura

Spoiler: envolve macho, porque infelizmente não nasci empoderada...


Este texto envolve muitas histórias, então presta atenção e acompanha comigo...


Há muito tempo atrás, lá em 2014, em outra vida, quando eu ainda acreditava no amor e no romance e as máquinas fotográficas não tinham tanta qualidade (exemplo, 1ª foto), eu conheci e me apaixonei por um carinha e ficamos juntos por aquele prazo de validade de um ano e quatro meses de todos os namoros que tive (história dos próximos capítulos). Acontece que eu sempre quis viajar romanticamente, com o namorado, fazer passeios de mãos dadas, e todas as coisas que hoje eu abomino em uma viagem, blá blá blá. Ele, no entanto, sempre dizia estar sem grana, muito embora eu fosse uma estudante e ele um funcionário público, quer dizer, onde ia o dinheiro? nunca saberei...


Nós terminamos, melhor ele terminou comigo, e já tínhamos discutido um roteiro que incluía fazer o litoral do Uruguai de carro, Montevidéu e atravessar até Buenos Aires. Não seria um roteiro inédito para mim, mas com romance seria a primeira vez... É claro, que quando ele começou a namorar de novo, meses mais tarde, encontrou todos os "dinheiros" para fazer o meu roteiro romântico com a atual (sem nenhum problema com ela, apenas com a falta de caráter dele).


Eu fiquei chateada (para não dizer verde de raiva), mas superei. Logo em seguida do término eu conheci um carinha que morava no Rio de Janeiro - alerta vermelho - e acabei tendo uma paixonite a distância - pelo amor alguém me arranja uma máquina do tempo, que tolinha! Eu e esse moço, estivemos envolvidos por dois anos, aproximadamente, ele vinha ao Rio Grande do Sul para me ver de vez em quando. Enquanto isso no WhatsApp... (melhor nem comentar)


Nesse meio tempo, eu acabei indo passar o carnaval com uma amiga em Ouro Preto. Eu fiz todo o deslocamento sozinha e achei bem legal. Esse cara do Rio tinha o costume de fazer viagens sozinho/ ver todas as meninas que ele tinha em cada estado e sempre me comentava de como era legal fazer esse tipo de trip. Eu tinha vontade, mas não tinha coragem, sempre me imaginava chorando no quarto de hotel por não ter coragem de fazer as coisas sozinha (hahahahaha).


Aqui que as coisas se complicam... Em 2017, o meu carioca (sim, eu já tinha a posse dele depois de tanto tempo conversando) comprou um apartamento no Rio e me deu o ultimato: "Amanda, agora é a sua vexxxx de vir". Era agosto, comprei passagem para o Ano Novo (o tamanho da minha ansiedade), teria a virada mais romântica da história, iríamos a Paraty, Arraial do Cabo, 10 dias juntos, óbvio que ele iria perceber que eu era a mulher da vida dele...


Mas a vida... a vida gosta de pregar peças né?!


No dia 15 de dezembro, minha passagem era para o dia 28, eu recebi uma mensagem de voz, na ocasião eu não podia escutar, porque eu estava de casinho com um cara (eu era trouxa, mas não era boba, nunca deixei de ficar com outros por conta dele), saí de perto e escutei. Entre uma forma falsa de dissimular seu arrependimento e as palavras entre cortadas simulando choro, ele dizia que não poderia me receber, que ele precisava de um tempo sozinho, que ele percebeu como tratava as mulheres mal, que ficava iludindo, blá blá blá (spoiler: começou a namorar dias mais tarde).


Tive raiva... de mim mesma, porque era a segunda vez que eu não iria viajar por conta de homens que terminaram comigo.


Então, decidi que dessa vez não!


Cancelei as passagens para o Rio, comprei passagem para Punta del Este, virei o ano com umas amigas e depois continuei sozinha até Buenos Aires... Eu me diverti demais, conheci só gente bacana (com empurrãozinho do Tinder, é claro!), fiz muita coisa legal, não chorei nem uma vezinha sozinha no hotel (até porque fiquei em hostel).


E foi assim que eu descobri uma paixão, uma paixão de verdade que é a minha companhia. Quem nunca fez isso não sabe a maravilha que é se autoconhecer, não precisar barganhar lugares para ir ou coisas para fazer, enfim, se permitir!

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